Saiba o Porquê da Febre Alta

Na maioria das vezes, o aumento da temperatura indica um problema corriqueiro. Mas há casos em que é preciso procurar o médico. Confira! Talvez seja uma gripe A temperatura do corpo varia entre 37,8ºC até 42ºC, quando podem ocorrer convulsões febris (crianças).

Gripes sem complicações são acompanhadas por dores no corpo, fadiga, dor de cabeça, tosse, rinite e dor de garganta. Bronquite e pneumonia representam de 10% a 30% dos casos mais graves. Se os sintomas persistirem por mais de cinco dias, procure o médico.
Testes rápidos, como a coleta de secreções nasais/orais e sorologia viral (estudo do líquido do sangue) podem ser necessários. A partir do resultado, o especialista receitará medicamentos que devem ser utilizados após 48 horas do início dos sintomas por integrantes do grupo de risco (pessoas com doenças respiratórias; grávidas etc.). A vacinação, indicada a partir dos 6 meses de vida, é a melhor prevenção.

Às vezes é meningite

A inflamação nas meninges, as membranas que cobrem o cérebro, podem ocorrer por fatores que vão desde agentes infecciosos como vírus, bactérias (pneumococo ou meningococo), bacilo da tuberculose ou bacilo de Koch, até fungos. A febre, inferior a 38ºC, pode ser o único sintoma, especialmente na fase inicial da doença. Dor de cabeça, náuseas e vômitos são frequentes. Nos quadros avançados há rigidez muscular, principalmente no pescoço. O diagnóstico parte do histórico e exame físico, completando-se com a análise do líquor retirado da espinha dorsal.

O tratamento corresponderá à causa: se bacteriana tuberculosa ou fúngica, utilizam-se antimicrobianos específicos; para as virais, a indicação é repouso, vitamina C e antitérmicos. Hábitos saudáveis e higiene, além da vacinação, são atitudes preventivas.

Quem sabe é otite ou amigdalite

A otite média aguda é um processo inflamatório na orelha, geralmente causado por infecção viral ou bacteriana. Os sintomas mais comuns são dor intensa, sensação de orelha tapada e diminuição da audição, podendo ocorrer secreção purulenta. A febre pode ser alta, principalmente em crianças. O diagnóstico prevê análise do histórico e exame físico do paciente, além do uso do otoscópio, para visualizar o problema. Nas infecções virais, o tratamento se limita ao alívio dos sintomas com medicamentos analgésicos e antipiréticos (que baixam a febre); nas bacterianas, pode ser necessário o uso de antibiótico. Para prevenir o desconforto, sempre mantenha as orelhas secas e evite a limpeza com cotonetes.

Já as amigdalites têm causas virais, bacterianas ou decorrem da associação desses dois agentes. Além da febre, dor de garganta é o sinal mais importante. Nas infecções bacterianas ela pode chegar aos 40ºC. Nesse caso, o médico examinará a garganta para visualizar a presença de pus. Na infecção viral, analgésicos e anti-inflamatórios resolvem; nas bacterianas utilizam-se os mesmos remédios para a otite.

Pode ser friagem

Mudanças bruscas na temperatura podem causar febre e desconforto intestinal. O fenômeno se relaciona ao fato de que alguns vírus promovem mais sintomas digestivos do que respiratórios, o que significa ter, além da febre, dores abdominais, vômito e diarreia. Nesses casos, a causa da febre é uma virose. O diagnóstico consiste na análise do histórico do paciente e exame físico, e o tratamento limita-se ao alívio dos sintomas por meio de antitérmicos, antieméticos (para enjoo, náuseas e vômitos), antidiarreicos e espasmódicos (para a dor de barriga).

E se for tuberculose?

A febre não é muito alta e permanece entre 37,5ºC e 37,7ºC. Tosse e mal-estar geral também são notados. Essa infecção, causada por um microrganismo chamado Mycobacterium tuberculosis, também conhecido por bacilo de Koch, geralmente atinge os pulmões, mas pode atacar outras partes do corpo como ossos, rins e meninges. A transmissão acontece pela inalação do ar em ambientes contaminados. Análise do histórico do paciente e exame clínico associado ao raio-X do tórax compõem o diagnóstico.

A baciloscopia ou coleta da secreção do pulmão pode ser requisitada. O tratamento prevê o uso de três medicações conhecidas como RHZ: rifampicina (R), isoniazida (H) e pirazinamida (Z). A boa notícia é que o uso dos remédios por seis meses garante quase 100% de cura. Para prevenir, a vacina BCG aplicada nos recém-nascidos tem sido muito eficaz.

Quando consultar o especialista

Embora na maioria das vezes os estados febris não sejam alarmantes, é preciso ter cuidado. Se essa condição não se modificar após três dias, deves consultar o teu médico de confiança ou um clínico-geral. Se a febre for muito alta, a providência deve ser imediata, utilizando-se os serviços de pronto-socorro. Mantenha um termômetro em casa para controlar os limites da febre e também para informar com precisão a evolução do sintoma.

Mas prefira os aparelhos digitais. O uso, a fabricação e comercialização do velho termômetro de mercúrio já foi proibido na União Européia. No Brasil, tem sido substituído pela maioria dos hospitais. A causa é o metal, considerado altamente poluente e capaz de causar reações alérgicas até mesmo pelo toque. Seu grau de toxidade é tão grande que  apenas 1 g de mercúrio é o suficiente para contaminar milhares de litros de água.


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Fonte: revistavivasaude