Legumes Embalados Mais Caros do que a Granel

Mais de metade das embalagens de legumes ficam mais caras entre 38 cêntimos e 1,21 euros face aos comprados a granel. O alerta de alguns consumidores levou-nos a fazer uma ronda por várias cadeias de supermercados. Lidl e Dia apresentaram os preços mais corretos.

Alho francês inteiro, a granel, ou já cortado e arranjado, embalado? Metade de uma abóbora ou em pedaços pequenos? A segunda hipótese é mais cómoda, mas também mais cara. Alguns consumidores alertaram-nos que, por vezes, o peso não corresponde ao indicado ou que pagam mais pelos legumes embalados, face ao vendido a granel. Visitámos 6 lojas na região de Lisboa, das principais cadeias de supermercados, e comprámos alho francês, courgettes e brócolos embalados, mas também legumes misturados na mesma embalagem (cenoura, abóbora, espinafre e alho francês e couve roxa e couve branca). Conclusão: a maioria dos legumes embalados fica mais cara em quase o dobro face à venda a granel. Lidl e Dia apresentaram os preços mais próximos dos preços a granel. 


Nos últimos meses temos recebidos algumas queixas de consumidores quanto ao preço elevado por quilograma dos legumes embalados. Avisaram-nos para o facto destas embalagens estarem mal marcadas ou pesadas. É errado pensar que os legumes embalados custam o mesmo do que os legumes comprados a peso. Mesmo que as embalagens apresentem um selo de um 1 euro, que mais parece uma promoção, o certo é que o consumidor vai pagar mais por este embalamento. De positivo só o caráter prático e o menor desperdício.

Os legumes embalados já vêm parcialmente cortados e, por essa razão, não há desperdício de produto, como no alho francês. Por sua vez, alguns legumes, como a abóbora, quando inteiros, implicam a compra de uma grande quantidade. Se pretender apenas um pequeno pedaço para consumo imediato, tem de comprar uma grande quantidade, podendo até depois ter prejuízo com o desperdício, caso não consuma aquele legume em prazo útil. 

Peso com poucos desvios 
Pesámos os ingredientes individualmente, fora das embalagens. Depois, comparámos com o peso anunciado. Na maioria das vezes, registámos pesos superiores ao anunciado: num caso, o peso ultrapassava mais 95 gramas. Só três embalagens tinham pesos inferiores ao anunciado, entre 2,5 e 9 gramas, aceitáveis dentro dos limites de tolerância legalmente previstos. Calculámos o preço face ao peso medido. Não detetámos falhas dignas de registo, ou seja, o preço anunciado era igual, ou mesmo ligeiramente inferior, ao preço com base no peso medido. 


Comparando com os preços dos mesmos legumes a granel, apontámos algumas diferenças. Ao ver um selo em destaque a indicar € 1, o consumidor pode ser levado a pensar estar perante um preço vantajoso. Mas não está. O preço por quilo dos legumes embalados é mais elevado do que a granel: 63% dos legumes embalados ficam mais caros, entre 38 cêntimos e 1,21 euros. Tratar-se de um produto cortado e embalado ou de um legume proveniente de fornecedores diferentes pode motivar o aumento de preço. Cabe assim ao consumidor fazer a escolha mais económica de acordo com a quantidade que deseja comprar e o período de utilização. 



Calculámos o preço por quilo com base na mesma quantidade de legumes a granel, descontando o desperdício, dado, nas embalagens, já virem parcialmente descascados ou cortados.




Abóbora cortada, do Continente (€ 1,69), comprada a granel, na mesma loja, e para a mesma quantidade de legume comestível, custaria só 33 cêntimos. Neste caso, porém, pode evitar desperdício.


Uma embalagem de alho francês cortado do Pingo Doce (€ 1,31), comprado a granel, na mesma loja, e para a mesma quantidade de legume comestível, custaria só 67 cêntimos. Já no Jumbo (€ 1) pagaria apenas 62 cêntimos.


Uma embalagem de courgettes no Jumbo (€ 1), a granel, na mesma loja, e para a mesma quantidade de legume comestível, custaria só 54 cêntimos.


Uma embalagem de preparado para sopa de espinafres no Continente (€ 2,50), a granel, na mesma loja, e para a mesma quantidade de legumes comestível, custaria apenas 1,21 euros. Neste caso, porém, pode evitar desperdício.

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Fonte: deco.proteste


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