Calcular a melhor época do ano para engravidar nem sempre é fácil. No entanto, existem alguns fatores que podem ajudar a determinar qual é o melhor período para conceber.
Alguns estudos mostraram que os espermatozoides são mais saudáveis durante a primavera do que em qualquer outra estação.
Segundo uma pesquisa apresentada na conferência da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em Denver (EUA), que coletou amostras de sêmen de 29 mil homens num período de 17 anos, o número de espermatozoides de alta motilidade, ou seja, com boa “movimentação” (e, portanto, com mais qualidade) era de 117 milhões por mililitro durante a primavera, 112 milhões no verão.
Outro detalhe aqui é que os pesquisadores também notaram que as amostras de sêmen coletadas pela manhã continham maior concentração, com formato padrão maior do que aqueles obtidos ao final do dia.
Existe uma explicação
O ginecologista e obstetra Paulo Gallo, diretor médico do Vida - Centro de Fertlilidade (RJ), explica que as temperaturas mais elevadas pioram a espermatogênese, que é a capacidade do testículo de produzir espermatozoide.
Justamente por isso é que os testículos ficam localizados na bolsa escrotal, a fim de manter a temperatura menor que a corporal nos dias quentes.
“O organismo é tão inteligente que existe um ligamento que afrouxa e o testículo fica mais afastado do corpo, quando o dia está mais frio este ligamento se contrai e os testículos ficam mais perto do corpo para aumentar a temperatura.
Tudo para proteger o espermatozoide”, acrescenta.
Outro ponto a ser levado em consideração é que, segundo os pesquisadores responsáveis pelos estudos, durante o calorão a frequência das relações sexuais são menores.
E isso afetaria duplamente a fertilidade masculina, já que à medida que a abstinência aumenta, tanto o número de espermatozoides quanto sua morfologia também é modificada.
Em contrapartida, quando o sexo é frequente, são produzidos melhores espermatozoides: eles se locomovem com mais rapidez, têm menos defeitos em seu DNA e resultam em taxas de gravidez maiores.
“O espermatozóide é produzido pelo testículo e fica no epidídimo, à medida que o espermatozóide fica acumulado no epidídimo ele vai sofrendo um estresse oxidativo, que são reações inflamatórias que pioram a qualidade do esperma”, diz o médico.
Por isso, quando o homem fica mais de sete dias sem sexo, a tendência é de ter espermatozóides com menor utilidade.
Já os que fazem sexo cerca de três vezes por semana, serão beneficiados quando o assunto é fertilidade.
Eles influenciam na fertilidade
O especialista lembra, no entanto, que só sexo não basta para quem deseja engravidar. “Qualidade de vida é fundamental.
Ficar estressado, fumar, ingerir bebidas alcoólicas em excesso, se alimentar mal, usar calça apertada, ter o hábito de apoiar o laptop no colo ou ter uma profissão em que fique exposto ao calor são os principais fatores que prejudicam a qualidade dos espermas.
” E como cada ser humano é único, tem homens com a qualidade de espermatozóide tão boa, que mesmo exposto aos fatores acima continuam com o espermograma normal.
Já outros, têm uma produção baixa e pode sim ter a fertilidade ainda mais comprometida caso se encaixe num dos fatores de risco listados.
Por essas e outras é que o casal que está planeando ter filhos deve procurar um especialista e, se for o caso, realizar o espermograma e outros exames que apontem para a saúde da fertilidade.
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